Pequei-me olhando para trás, assistindo novamente o passado, mas desta
vez assisti a parte de mim que só eu e você conhecíamos, a parte secreta, cheia
de cores e vida, onde podia ser eu de verdade. Meu senso de certo e errado
dispensava o personagem, então despia as vestes e era eu de corpo e alma.
Lembrei-me de nós dois, das tardes que tivemos, das manhãs em que acordávamos
juntos, lado a lado. Lembranças que me fazem hoje, respirando outros ares,
entender que é possível amar sem saber. Foram lindos e intensos cinco anos.
Juramos eternidade e nisto fomos tolos, nós seres de curta existência querendo
eternizar algo. Ilusão. Ainda sinto um leve frio na barriga lembrando do teu
sorriso, da tua voz me chamando. Di, era assim que me chamavas.
Ninguém conheceu meu corpo como ele, ninguém entendeu minha alma como
ele. Nunca me senti tão pleno de mim do que quando estava junto dele. Penso que
isso é o amor verdadeiro, gratuito, dispensa entendimentos, o nosso apenas se
mostrava no passar lento dos dias, e nós, tolos, imaturos, não entediamos. Mas
para que entender se fizemos o melhor, vivê-lo.
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